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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Mercado prevê inflação de 7,01% para 2015, segundo boletim Focus

Os analistas do mercado financeiro prevêem que a economia crescerá em 2015 a uma taxa muito próxima a zero e que a inflação superará 7%, segundo uma enquete divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central.
, 2 fev (EFE).- Os analistas do mercado financeiro prevêem que a economia crescerá em 2015 a uma taxa muito próxima a zero e que a inflação superará 7%, segundo uma enquete divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central.
Os economistas dos bancos reduziram a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do neste ano desde 0,13% que calculavam na semana passada até 0,03% na pesquisa divulgada hoje pelo emissor.
A revisão para baixo confirmou o pessimismo dos analistas do mercado, que há um mês esperavam um crescimento de 0,50% para este ano. Foi a quinta semana consecutiva em que os especialistas rebaixaram suas previsões.
Se a previsão for confirmada, o crescimento econômico da maior economia da América Latina neste ano será o menor desde 2009, quando o país sofreu uma contração de 0,33%, e ficará muito abaixo da expansão de 0,8% esperada pelo governo.
O crescimento do Brasil em 2014 ficou abaixo de 0,15% segundo as últimas estimativas do próprio governo, o que representa uma forte desaceleração. Após ter registrado uma expansão de apenas 1% em 2012, a economia teve uma recuperação em 2013 e cresceu 2,3%.
A projeção para o crescimento do PIB em 2015 também vem sendo reduzida pelos economistas, desde 1,8% há um mês até 1,54% na semana passada e até 1,5% na pesquisa divulgada hoje.
As projeções fazem parte do boletim Focus, uma pesquisa que o organismo emissor realiza semanalmente entre 100 economistas de bancos e entidades financeiras.
Quanto aos preços, os analistas elevaram sua projeção para a inflação neste ano desde 6,99% prevista há uma semana até 7,01% na pesquisa divulgada hoje. Foi igualmente a quinta semana consecutiva na qual os economistas calcularam uma inflação maior para este ano.
Se a previsão for confirmada, a inflação em 2015 ficará acima do teto máximo tolerado pelo governo. A meta de inflação no país é de 4,5% anual, com uma margem de tolerância de dois pontos percentuais, o que permite que o índice chegue a um máximo de 6,5%.
O Brasil terminou 2014 com uma inflação de 6,41%, acima da de 2013 (5,91%), mas abaixo do teto máximo tolerado pelo governo .
Para combater a inflação o Banco Central iniciou no ano passado um processo gradual de elevação dos juros, que estão atualmente em seu maior nível nos últimos quatro anos.
Os analistas preveem que essa política começará a ter efeitos só em 2016, para quando esperam uma inflação de 5,6%. EFE

Premiê da Austrália agradece presidente egípcio por libertação de jornalista

O correspondente Greste foi deportado domingo depois de o presidente egípcio ter aceitado sua transferência à Austrália

Agência Brasil
O primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, agradeceu nesta segunda-feira (2) ao presidente egípcio, Abdel Fatah Al Sissi, pela libertação do jornalista australiano Peter Greste, que passou 400 dias na prisão.
Ontem: Preso desde 2013, jornalista da Al-Jazeera é libertado pelo Egito

Premiado correspondente australiano da Al-Jazeera Peter Greste aparece atrás das grades em tribunal no Cairo, Egito (março/2014)
AP
Premiado correspondente australiano da Al-Jazeera Peter Greste aparece atrás das grades em tribunal no Cairo, Egito (março/2014)
"Quero expressar em particular a minha gratidão ao presidente do Egito", disse Abbott, em Camberra, ressaltando que "o seu papel na libertação de Peter não deve ser subestimado".
Tony Abbott também destacou o trabalho da ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Julie Bishop, nos esforços para garantir a liberdade do jornalista e prestou homenagem à família Greste por ser "uma inspiração" para o povo australiano.
Greste foi deportado no domingo (1º) depois de o presidente egípcio ter aceitado a sua transferência para a Austrália, em virtude de uma lei aprovada em novembro do ano passado que permite expulsar para os países de origem os estrangeiros que estão sendo julgados no Egito.
Peter Greste, jornalista da Al Jazeera, foi detido em dezembro de 2013 no Cairo, com outros dois jornalistas da televisão árabe, Mohamed Fahmi, de dupla nacionalidade egípcia e canadense, e Baher Mohamed, egípcio. Mohamed Fahmi e Baher Mohamed continuam presos.
Greste, Fahmi e Mohamed foram detidos quando cobriam a repressão aos islâmicos que se seguiu à deposição pelas Forças Armadas do presidente eleito Mohamed Morsi, em julho de 2013.
Os três jornalistas foram condenados em junho de 2014 a penas entre sete e dez anos de prisão.

Falta d'água ameaça segurança alimentar no Brasil, diz chefe da FAO

Diretor da agência da ONU para agricultura, José Graziano, diz que País terá de ampliar estoques e adaptar produção à seca

BBC
A crise hídrica que o Brasil atravessa põe em risco não só o abastecimento de suas cidades, mas também a oferta de alimentos nos mercados do país, diz o brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da agência da ONU para agricultura e segurança alimentar (FAO).
Ontem: Cantareira tem janeiro com chuvas abaixo da média e inicia fevereiro em queda
Diretor-geral da FAO diz que Brasil precisará ampliar estoques de alimentos por causa das secas
AP
Diretor-geral da FAO diz que Brasil precisará ampliar estoques de alimentos por causa das secas
"Estamos tendo uma quebra enorme da safra de todos os produtos", diz Graziano. Segundo ele, a estiagem deve resultar em preços mais altos nas prateleiras nos próximos meses.
Em entrevista à BBC Brasil, o chefe da FAO afirma ainda que o Brasil terá de ampliar seus estoques de alimentos e privilegiar culturas mais resistentes a secas, fenômeno que deve se tornar cada vez mais frequente por causa das mudanças climáticas.
Leia abaixo os principais trechos da entrevista, concedida durante a última cúpula da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac), na Costa Rica, na semana passada.
BBC Brasil - A crise hídrica que o Brasil atravessa pode afetar a segurança alimentar do país?
José Graziano - Sem dúvida. Tenho desde 1987 uma pequena chácara perto de Campinas (SP) e nunca meu poço tinha secado. Cheguei a perder árvores frutíferas.
É um exemplo de como o Brasil, que não faz uso da irrigação em grande escala e se beneficia muito de um sistema de chuvas regulares, tem sua produção afetada por uma seca como essa.
BBC Brasil - A seca é um efeito das mudanças climáticas?
Graziano - Na FAO, a nossa avaliação é que neste ano o impacto do El Niño (superaquecimento das águas do Pacífico que esquenta a atmosfera) foi muito maior que o esperado. Nunca havia chegado ao ponto de ameaçar o abastecimento urbano, como estamos vendo em São Paulo.
Estamos atravessando o período das águas no Brasil e deveria estar chovendo muito mais do que está. Tivemos deficiência hídrica de praticamente um metro d'água na região centro-sul do Brasil.
Espera-se a normalização das chuvas no próximo ano agrícola, que começa em setembro, mas até lá vamos enfrentar resíduos da falta de água e todos os agravantes que isso tem.
BBC Brasil - Quais agravantes?
Graziano - Estamos tendo uma quebra enorme da safra de todos os produtos. Até mesmo da cana de açúcar, que é bastante insensível ao regime de chuvas. Isso vai resultar em aumento de preços.
Aliás, estamos vendo muita oscilação de preços resultante do impacto das mudanças climáticas. Há uma irregularidade da produção. Situações de seca, que antes se repetiam a cada cem anos, agora ocorrem a cada 20 anos.
O jeito é ter estoques. O Brasil tem alguns estoques bons, como o de milho, fruto da boa colheita do ano passado, mas não tem em outras áreas. Precisa até importar trigo.
Vaca caminha pela Represa Jacareí, no dia 29 de janeiro: normalmente ali teria água. Foto: Futura Press
Situação calamitosa da Represa Jacareí, parte do Sistema Cantareira, no dia 29 de janeiro. Foto: Futura Press
Carro no meio na Atibainha devido ao baixo nível da represa: cenário desolador. Foto: Futura Press
Pedalinhos inutilizados na Represa Atibainha, parte do Cantareira, em janeiro. Foto: Futura Press
Represa Atibainha, em janeiro de 2015. Foto: Futura Press
Lixo surge na Represa de Atibainha, em janeiro. Foto: Futura Press
Em protesto contra a falta de água, governador Geraldo Alckmin é ironizado por manifestantes (26/01/2015). Foto: AP Photo
Em São Paulo, moradores organizaram uma passeata contra a falta de água. Foto: AP Photo
Moradores protestam contra a falta de água em São Paulo (26/01/2015). Foto: AP Photo
Protesto 'Banho Coletivo na casa do Alckmin', na manhã desta segunda-feira (23), em frente ao Palácio dos Bandeirantes. Foto: Futura Press
Falta de água em São Paulo se agrava e motiva protestos . Foto: AP Photo
Represa do Jaguari, na cidade de Vargem, em setembro; veja mais imagens da situação dos reservatórios do Sistema Cantareira. Foto: Luiz Augusto Daidone/Prefeitura de Vargem
Represa do Jaguari, na cidade de Vargem, em foto de setembro. Foto: Luiz Augusto Daidone/Prefeitura de Vargem
Represa do Jaguari, na cidade de Vargem, em foto de setembro. Foto: Luiz Augusto Daidone/Prefeitura de Vargem
Obras do Sistema Cantareira no segundo volume morto. Foto: Futura Press
Obras do Sistema Cantareira no segundo volume morto. Foto: Futura Press
Obras do Sistema Cantareira no segundo volume morto. Foto: Futura Press
Obras do Sistema Cantareira no segundo volume morto. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Vaca caminha pela Represa Jacareí, no dia 29 de janeiro: normalmente ali teria água. Foto: Futura Press
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BBC Brasil - Como reduzir os impactos das mudanças climáticas na produção agrícola?
Graziano - Estamos trabalhando muito com a adaptação de culturas à seca. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, estatal ligada ao Ministério da Agricultura) já tomou essa iniciativa e está desenvolvendo variedades até de arroz adaptado à seca.
Também devemos substituir culturas. A quinoa demanda muito menos água que o arroz e tem um valor nutritivo muito maior. Estamos promovendo a substituição do trigo nas regiões tropicais e a recuperação de produtos tradicionais.
A mandioca, por exemplo, que tinha sido abandonada, hoje está em alta no Caribe, onde está sendo adicionada à confecção do pão para reduzir a dependência da importação do trigo. Outra possibilidade é expandir a irrigação para evitar crises de abastecimento.
BBC Brasil - Aumentar a irrigação não é incompatível com o cenário atual, com reservatórios cada vez mais vazios?
Graziano - Temos menos água armazenada em São Paulo, mas na Cantareira. A (represa) Billings está cheia. Precisa haver um sistema de integração dessas bacias, porque a distribuição das chuvas é muito errática. Essa prática é muito usada na Ásia.
E temos de ter a capacidade de absorver a água da chuva. Na minha chácara, por exemplo, comprei cisternas plásticas e hoje tenho capacidade de armazenar pelo menos 20 mil litros de água da chuva.
BBC Brasil - A crise hídrica e a instabilidade na produção de alimentos gerada pelas mudanças climáticas indicam a necessidade de repensar o modelo agrícola do país, hoje muito voltado a commodities para exportação, como a soja?
Graziano - Eu diria que se trata mais de pensar em mudanças tecnológicas. No passado, utilizamos intensivamente a mecanização. Hoje estamos promovendo o cultivo mínimo, que significa não arar o solo e manter a vegetação que o cobre. Isso facilita a absorção da água e preserva a matéria orgânica.
A Argentina tem hoje mais de 90% de suas áreas de soja e milho baseadas em cultivo mínimo e tem aumentado a produtividade mesmo na seca.