Powered By Blogger

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Avó afegã arma netos e vira heroína na luta contra o Talebã

Ferozah comanda polícia em Halmand, província que tem sido palco de avanços do grupo islâmico fundamentalista desde saída das tropas internacionais.

David Loyn BBC News, Helmand, Afeganistão
Ferozah e seus dois netos enfrentam um duro confronto contra o Talibã  (Foto: BBC)Ferozah e seus dois netos enfrentam um duro confronto contra o Talibã (Foto: BBC)
 
Ferozah tem entre 60 e 70 anos - ela desconhece sua idade correta, já que nunca foi a escola. Agora, é comandante de uma unidade da polícia que luta contra o Talebã na província de Helmand, no sul do Afeganistão.
Ela assumiu o posto em Sistani, em Marjah, após seu filho ser morto. Recebeu a mais alta condecoração do Afeganistão dada a uma mulher, a medalha de Malalai, heroína de uma batalha contra os britânicos no século 19.
Ser uma comandante militar numa cultura rural, onde mulheres raramente trabalham fora de casa, é bastante raro. Mas as surpresas não param por ai.
Dois de seus netos, Faizal Mohammed, de 13 anos, e Sultan Mohammed, de 14, lutam ao seu lado. Eles são rápidos em montar e desmontar um rifle Kalashnikov - mostram destreza semelhante a de um veterano experiente.
Ela diz: "O Talebã vive me provocando, dizendo 'o que você ganhou? você armou até os seus netos'. Mas o governo está ganhando e eles estão perdendo."
Ferozah os chama de "guerreiros de Sistani" - e os jovens já enfrentaram muitas batalhas contra o Talebã. Mas, independente do nome que têm, estas são crianças transformadas em soldados, o que viola o direito internacional.
Sistani está na linha da frente entre a densamente povoada zona central de Helmand, onde vive a maioria das pessoas no país, e as áreas menos povoadas do norte e sul.
A região central, cortada pelo rio Helmand, é mais estável do que antes da chegada das tropas internacionais. As estradas estão bem melhores e há 75 postos de saúde, fornecendo serviços básicos num lugar onde antes não havia nada.
Ferozah recebeu a medalha Malali em reconhecimento ao seu trabalho  (Foto: BBC)Ferozah recebeu a medalha Malali em reconhecimento ao seu trabalho (Foto: BBC)
Mais de 190 mil crianças vão à escola na província, cerca de um terço delas meninas, e algumas unidades permanecem abertas em áreas sob controle do Talebã - embora, como nos postos de saúde, seja difícil recrutar funcionários.
Uma das razões do sucesso na prestação de serviços pelo governo em partes de áreas controladas pelo Talebã são os conselhos distritais, criados pelas forças britânicas, e que ainda estão operando.
A criação destes conselhos deu a anciãos dos vilarejos participação direta em como e onde o dinheiro de ajuda é gasto.
Mas nem tudo são notícias boas. O Talebã tem realizado avanços importantes em Helmand desde a saída das tropas britânicas e internacionais, no final do ano passado.
Sem temer mais ataques aéreos, o grupo organiza ataques mais ousados e amplia sua influência em cidades isoladas no norte da província, incluindo Sangin e Musa Qala.
Eles também têm impedido a reparação de uma central hidrelétrica em Kajaki - se a usina estivesse operando em capacidade total, faria uma diferença significativa nos padrões de vida em todo o sul.
Segundo o chefe local do Ministério de Reabilitação e Desenvolvimento Rural, Mohammed Omar Khane, desde que forças britânicas deixaram a área apenas metade do trabalho foi feita.
E alerta: se a ajuda parar de chegar, tudo o que foi feito será destruído.
Bolha de guerra?
Há menos ajuda chegando ao Afeganistão, e essa diferença é profundamente sentida, especialmente por ocorrer em paralelo à retirada das forças estrangeiras do país. O crescimento econômico dos últimos anos, ao que parece, pode ter sido uma "bolha" dos tempos de guerra.
As prateleiras das lojas em Lashkar Gah estão cheias de produtos que comerciantes tinham planejado vender para as forças britânicas.
Homem internado em centro de reabilitação de drogas: muitos viciados voltam ao uso após deixar tratamento  (Foto: BBC)Homem internado em centro de reabilitação de drogas: muitos viciados voltam ao uso após deixar tratamento (Foto: BBC)
O comerciante Jan Ali tenta convencer a população local a comprar cereais matinais e outros produtos estrangeiros. Mas sabe que alguns itens deverão ficar nas prateleiras. "Ninguém aqui sabe o que é mistura de panqueca", disse.
Como outros comerciantes, diz ter ficado surpreso quando as forças estrangeiras partiram, apesar da data de saída ter sido amplamente anunciada.
A mídia afegã tem parte da culpa por esta confusão. Ela alimentou uma teoria - acreditada por muitos - de que as forças estrangeiras jamais sairiam do país.
O impacto da retirada foi sentido além dos empreendimentos que abasteciam a base britânica.
Haji Nazir Ahmad fechou sua empresa de construção após o governo deixar de pagar por obras que ele disse ter entregue. Entre estes projetos estavam as novas lixeiras da cidade.
Segundo ele, autoridades que as encomendaram "não tinham ideia do que uma lixeira pareceria". Ele, então, fez uma amostra.
Ahmad investiu milhões de dólares em máquinas e instalações que agora estão ociosas e servem apenas como sucata. Demitiu 350 trabalhadores e disse que o custo social disso é significativo, incluindo rompimentos familiares e violência contra mulheres.
Diz acreditar que alguns de seus ex-funcionários se juntaram ao Talebã e conta ter encontrado um de seus melhores trabalhadores vendendo heroína nas ruas.
Drogas
A ONU prevê outra safra recorde de papoulas no Afeganistão - a matéria-prima para a heroína -, com a província de Helmand, mais uma vez, liderando a produção.
O impacto social em Helmand é desastroso. Acredita-se haver 110 mil viciados em heroína na província - 7% da população. Viciados que pedem por comida são facilmente vistos no bazar.
O edifício principal da antiga sede britânica em Lashkar Gah foi transformado em uma clínica de reabilitação de drogas. Um quarto projetado para um único oficial britânico agora abriga três viciados.
A capacidade é para apenas 50 pacientes e a taxa de sucesso é muito baixa, diante da constante instabilidade, desemprego e oferta de drogas baratas.
Nove anos de intensos combates por tropas internacionais não conseguiram parar a produção. Na verdade, só fizeram a situação piorar. A única diferença é que empurrou o problema para fora das áreas povoadas centrais, rumo às zonas menos governadas, distantes do canal de Helmand.

 

"Era docinho", diz jovem após ter matado o pai e bebido o sangue dele

Segundo a Polícia Militar, o motivo do assassinato envolveria dinheiro, mas a acusada diz ter sido estuprada pelo agricultor

 

Foto: Reprodução
Uma jovem de 22 anos foi presa acusada de matar o próprio pai na cidade de Casserengue, na Paraíba.
Em vídeo publicado na internet, Rosângela dos Santos Aguiar confessou o crime e contou que, após matar o pai, bebeu o sangue da vítima, o agricultor Geraldo Rivaldo de Aguiar, de 45 anos. "Beberia de novo, era docinho", disse ela na filmagem. O crime foi na quarta-feira e Rosângela acabou presa na última quinta.
No vídeo gravado na delegacia, a jovem revelou ainda que, antes de cometer o crime, chegou a conversar com a mãe, dizendo que a amava, mas não a veria mais. Rosângela também afirmou que matou o pai a tiros e facadas. "Fui pra cima dele, atirei e meti o punhal na garganta dele", detalhou.
Segundo informações divulgadas pela Polícia Militar, o motivo do assassinato envolveria dinheiro com a venda de um boi. Porém, de acordo com a própria acusada, o crime foi motivado por vingança. "Eu o matei porque ele me estuprou. Não me arrependo em nenhum momento.", afirmou Rosângela.
Perguntada se havia mesmo bebido o sangue da vítima, Rosângela confirmou e ainda ironizou o fato. "Não me arrependo em nenhum momento, mataria ele mais uma vez e beberia o sangue dele de novo. Beberia não, eu bebo, basta ter. Era docinho."
Dois jovens e uma menor de 15 também foram presos acusados de envolvimento no crime. Com eles foram apreendidos dois revólveres, duas facas, 112 pedras de crack e maconha.

 

Dois homens morrem em troca de tiros com a polícia em Maceió

Polícia diz que dois suspeitos reagiram a abordagem e foram baleados.


Eles são suspeitos de matar agente da Polícia Civil no Village Campestre.

Dois homens morreram na madrugada desta segunda-feira (20) durante uma troca de tiros com policiais no bairro do Feitosa, em Maceió. Eles são suspeitos de matar o agente da Polícia Civil de Alagoas Carlos Alfredo de Oliveira Vanderlei, morto no dia anterior. Os dois foram levados para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas já chegaram mortos.
A informação de que os homens eram suspeitos da morte do agente foi passada por policiais, mas a assessoria da Polícia Civil diz que aguarda confirmação oficial.
O policial morreu na noite deste domingo (19), após ser atingido por disparos de arma de fogo, no Conjunto Village Campestre, no bairro Cidade Universitária, na periferia de Maceió. Segundo a polícia, o agente estava de moto e descaracterizado quando foi atingido pelas costas. Vanderlei foi socorrido para o HGE, mas não resistiu aos ferimentos.
Após o crime, a polícia deu início a buscas pelos criminosos. Durante operações na cidade, dois suspeitos, identificados como Samuel e Rodolfo, foram baleados e morreram. Os homens foram levados para o HGE, mas, segundo o hospital, já chegaram ao local mortos. Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML).
Morte de policiais
Esta foi a terceira morte de policial neste mês. A primeira foi a do sargento da Polícia Militar Dietmarx José da Silva, que foi morto durante um assalto no dia 16, na cidade de Santa Luzia do Norte.

O outro crime aconteceu na noite do sábado (18) vitimando o agente da Polícia Federal, Ubaldo de Oliveira Melo Júnior, que morreu após reagir um assalto a um estabelecimento comercial na Santa Lúcia, em Maceió.

 

Presidente da Andrade Gutierrez é indiciado na Lava Jato

Investigações apontam indícios de ajuste entre as empreiteiras para obras executadas pela Andrade Gutierrez

O presidente da holding Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, e outras oito pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal no inquérito aberto na Operação Lava Jato para investigar a suposta participação da construtora em fraudes em contratos, desvios de recursos da Petrobras e corrupção. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, o prazo para o encerramento do inquérito terminou neste domingo.
 Foto: Agência Brasil
Operação da Polícia Federal revelou esquema de corrupção na Petrobras
Foto: Agência Brasil
O indiciamento indica que a polícia encontrou, ao longo da investigação, indícios suficientes de cometimento de um crime.
Segundo as investigações, existem indícios de ajuste entre as empreiteiras para obras executadas pela Andrade Gutierrez.  A investigação concluiu que a empresa não conseguiu apresentar "qualquer justificativa" para o pagamento de pelo menos R$ 4,9 milhões a uma empresa de consultoria do lobista Mario Goes, a Rio Marine. Segundo a PF, são "documentos genéricos de 'consultoria'" os apreendidos pela Operação Lava Jato "com o operador Mario Goes".
Em nota divulgada neste domingo (19), a Andrade Gutierrez afirmou que "que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Lava Jato" e que "nunca participou de formação de cartel ou fraude em licitações, assim como nunca fez qualquer tipo de pagamento indevido a quem quer que seja".
"A empresa reafirma ainda que não existem fundamentos ou prova que justifiquem a prisão e o indiciamento de seus executivos e ex-executivos. A Andrade Gutierrez volta a afirmar que sempre esteve à disposição das autoridades para colaborar com as investigações e esclarecer todas as dúvidas o mais rapidamente possível, restabelecendo de vez a verdade dos fatos e a inocência da empresa e de seus executivos", disse a nota.
Ainda segundo o jornal, os ex-funcionários da AG Rogério Nora de Sá, Antonio Pedro Campello de Souza e Paulo Roberto Dalmazzo e o prestador de serviços à AG Flávio Lúcio Magalhães negaram participação em quaisquer irregularidades nos depoimentos que prestaram à PF, assim como Elton Negrão de Azevedo Júnior, presidente da Unidade Industrial da Construtora AG. O operador Mario Goes e seu filho, Lucélio, e o lobista Fernando Soares também negam qualquer relação com pagamentos de propina.

 

Prazo para renovação de contratos do Fies termina nesta segunda-feira

Estudantes também podem pedir transferência integral do curso.
Aditamento dos contratos é feito pelos alunos no site do programa.

O prazo para os estudantes já inscritos no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) renovarem o financiamento semestral termina nesta segunda-feira (20). O aditamento dos contratos é feito pelos alunos no site do programa.
Os estudantes que já possuem contrato do Fies também poderão pedir a transferência integral do curso ou da instituição de ensino e para solicitar a dilatação do prazo de uso do financiamento – referente ao primeiro semestre de 2015.
O mesmo prazo foi dado para quem quer pedir o aditamento da suspensão temporária do financiamento referente ao segundo semestre de 2013 e aos primeiro e segundo semestres de 2014.
Segundo o ministro, as mudanças só valerão para os próximos contratos. "Os juros e todas novas regras se aplicam somente aos contratos novos. Você não pode mudar um contrato por vontade unilateral. O governo firmou um contrato com milhões de estudantes com determinadas regras, e essas regras serão mantidas e respeitadas", disse o ministro.

O edital com as novas regras deve ser publicado na edição de 3 de julho do "Diário Oficial da União".
TETO DA RENDA FAMILIAR
COMO SERÁ: Limite é a renda per capita de 2,5 salários mínimos.
ANTERIOR: Renda familiar bruta de 20 salários mínimos.
JUSTIFICATIVA: "O Fies é para os estudantes que são mais pobres e precisam de financiamento. Não é mais (a família com renda de) até R$ 15 mil que tem direito ao Fies, são valores mais baixos, mas que ainda atingem muitas pessoas", afirmou o ministro da Educação. O governo diz que 90% das famílias brasileiras estão no novo limite de renda.
PRIORIDADES PARA CURSOS DE TRÊS ÁREAS
COMO SERÁ: As áreas de engenharias, formação de professores (licenciaturas, pedagogia ou normal superior) e saúde serão prioritárias.
ANTERIOR: Não havia definição de critério.

JUSTIFICATIVA: Cursos são considerados estratégicos para o desenvolvimento do país ou para atendimento de demandas sociais. Alunos de outros cursos continuarão a ser atendidos.

CURSOS COM NOTAS ALTAS TERÃO PRIORIDADE
COMO SERÁ: Foco serão os cursos com notas 5 e 4 no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES).
ANTERIOR: MEC exigia avaliação positiva no Sinaes. No primeiro semestre, passou a adotar o critério e cursos com nota 4 ou 5 somaram 52% dos financiamentos.

JUSTIFICATIVA: Ministério diz que cursos com nota três no Sinaes ainda serão financiados, mas em patamares menores do que os das áreas consideradas prioritárias.

PRIORIDADE PARA TRÊS REGIÕES DO BRASIL
COMO SERÁ: Será priorizado o atendimento de alunos matriculados em cursos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (excluindo Distrito Federal).
ANTERIOR: Não havia recorte de prioridade para regiões ou estados. E 60% dos contratos eram com estudantes de estados do Sul, do Sudeste ou Distrito Federal.

JUSTIFICATIVA: Ministério diz que decisão se soma a "outras várias políticas sociais federais que buscam corrigir as desigualdades regionais". Alunos de outros estados continuarão a ser atendidos, mas em patamares menores do que os das áreas consideradas prioritárias.

 

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Mercado prevê inflação de 7,01% para 2015, segundo boletim Focus

Os analistas do mercado financeiro prevêem que a economia crescerá em 2015 a uma taxa muito próxima a zero e que a inflação superará 7%, segundo uma enquete divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central.
, 2 fev (EFE).- Os analistas do mercado financeiro prevêem que a economia crescerá em 2015 a uma taxa muito próxima a zero e que a inflação superará 7%, segundo uma enquete divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central.
Os economistas dos bancos reduziram a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do neste ano desde 0,13% que calculavam na semana passada até 0,03% na pesquisa divulgada hoje pelo emissor.
A revisão para baixo confirmou o pessimismo dos analistas do mercado, que há um mês esperavam um crescimento de 0,50% para este ano. Foi a quinta semana consecutiva em que os especialistas rebaixaram suas previsões.
Se a previsão for confirmada, o crescimento econômico da maior economia da América Latina neste ano será o menor desde 2009, quando o país sofreu uma contração de 0,33%, e ficará muito abaixo da expansão de 0,8% esperada pelo governo.
O crescimento do Brasil em 2014 ficou abaixo de 0,15% segundo as últimas estimativas do próprio governo, o que representa uma forte desaceleração. Após ter registrado uma expansão de apenas 1% em 2012, a economia teve uma recuperação em 2013 e cresceu 2,3%.
A projeção para o crescimento do PIB em 2015 também vem sendo reduzida pelos economistas, desde 1,8% há um mês até 1,54% na semana passada e até 1,5% na pesquisa divulgada hoje.
As projeções fazem parte do boletim Focus, uma pesquisa que o organismo emissor realiza semanalmente entre 100 economistas de bancos e entidades financeiras.
Quanto aos preços, os analistas elevaram sua projeção para a inflação neste ano desde 6,99% prevista há uma semana até 7,01% na pesquisa divulgada hoje. Foi igualmente a quinta semana consecutiva na qual os economistas calcularam uma inflação maior para este ano.
Se a previsão for confirmada, a inflação em 2015 ficará acima do teto máximo tolerado pelo governo. A meta de inflação no país é de 4,5% anual, com uma margem de tolerância de dois pontos percentuais, o que permite que o índice chegue a um máximo de 6,5%.
O Brasil terminou 2014 com uma inflação de 6,41%, acima da de 2013 (5,91%), mas abaixo do teto máximo tolerado pelo governo .
Para combater a inflação o Banco Central iniciou no ano passado um processo gradual de elevação dos juros, que estão atualmente em seu maior nível nos últimos quatro anos.
Os analistas preveem que essa política começará a ter efeitos só em 2016, para quando esperam uma inflação de 5,6%. EFE

Premiê da Austrália agradece presidente egípcio por libertação de jornalista

O correspondente Greste foi deportado domingo depois de o presidente egípcio ter aceitado sua transferência à Austrália

Agência Brasil
O primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, agradeceu nesta segunda-feira (2) ao presidente egípcio, Abdel Fatah Al Sissi, pela libertação do jornalista australiano Peter Greste, que passou 400 dias na prisão.
Ontem: Preso desde 2013, jornalista da Al-Jazeera é libertado pelo Egito

Premiado correspondente australiano da Al-Jazeera Peter Greste aparece atrás das grades em tribunal no Cairo, Egito (março/2014)
AP
Premiado correspondente australiano da Al-Jazeera Peter Greste aparece atrás das grades em tribunal no Cairo, Egito (março/2014)
"Quero expressar em particular a minha gratidão ao presidente do Egito", disse Abbott, em Camberra, ressaltando que "o seu papel na libertação de Peter não deve ser subestimado".
Tony Abbott também destacou o trabalho da ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Julie Bishop, nos esforços para garantir a liberdade do jornalista e prestou homenagem à família Greste por ser "uma inspiração" para o povo australiano.
Greste foi deportado no domingo (1º) depois de o presidente egípcio ter aceitado a sua transferência para a Austrália, em virtude de uma lei aprovada em novembro do ano passado que permite expulsar para os países de origem os estrangeiros que estão sendo julgados no Egito.
Peter Greste, jornalista da Al Jazeera, foi detido em dezembro de 2013 no Cairo, com outros dois jornalistas da televisão árabe, Mohamed Fahmi, de dupla nacionalidade egípcia e canadense, e Baher Mohamed, egípcio. Mohamed Fahmi e Baher Mohamed continuam presos.
Greste, Fahmi e Mohamed foram detidos quando cobriam a repressão aos islâmicos que se seguiu à deposição pelas Forças Armadas do presidente eleito Mohamed Morsi, em julho de 2013.
Os três jornalistas foram condenados em junho de 2014 a penas entre sete e dez anos de prisão.

Falta d'água ameaça segurança alimentar no Brasil, diz chefe da FAO

Diretor da agência da ONU para agricultura, José Graziano, diz que País terá de ampliar estoques e adaptar produção à seca

BBC
A crise hídrica que o Brasil atravessa põe em risco não só o abastecimento de suas cidades, mas também a oferta de alimentos nos mercados do país, diz o brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da agência da ONU para agricultura e segurança alimentar (FAO).
Ontem: Cantareira tem janeiro com chuvas abaixo da média e inicia fevereiro em queda
Diretor-geral da FAO diz que Brasil precisará ampliar estoques de alimentos por causa das secas
AP
Diretor-geral da FAO diz que Brasil precisará ampliar estoques de alimentos por causa das secas
"Estamos tendo uma quebra enorme da safra de todos os produtos", diz Graziano. Segundo ele, a estiagem deve resultar em preços mais altos nas prateleiras nos próximos meses.
Em entrevista à BBC Brasil, o chefe da FAO afirma ainda que o Brasil terá de ampliar seus estoques de alimentos e privilegiar culturas mais resistentes a secas, fenômeno que deve se tornar cada vez mais frequente por causa das mudanças climáticas.
Leia abaixo os principais trechos da entrevista, concedida durante a última cúpula da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac), na Costa Rica, na semana passada.
BBC Brasil - A crise hídrica que o Brasil atravessa pode afetar a segurança alimentar do país?
José Graziano - Sem dúvida. Tenho desde 1987 uma pequena chácara perto de Campinas (SP) e nunca meu poço tinha secado. Cheguei a perder árvores frutíferas.
É um exemplo de como o Brasil, que não faz uso da irrigação em grande escala e se beneficia muito de um sistema de chuvas regulares, tem sua produção afetada por uma seca como essa.
BBC Brasil - A seca é um efeito das mudanças climáticas?
Graziano - Na FAO, a nossa avaliação é que neste ano o impacto do El Niño (superaquecimento das águas do Pacífico que esquenta a atmosfera) foi muito maior que o esperado. Nunca havia chegado ao ponto de ameaçar o abastecimento urbano, como estamos vendo em São Paulo.
Estamos atravessando o período das águas no Brasil e deveria estar chovendo muito mais do que está. Tivemos deficiência hídrica de praticamente um metro d'água na região centro-sul do Brasil.
Espera-se a normalização das chuvas no próximo ano agrícola, que começa em setembro, mas até lá vamos enfrentar resíduos da falta de água e todos os agravantes que isso tem.
BBC Brasil - Quais agravantes?
Graziano - Estamos tendo uma quebra enorme da safra de todos os produtos. Até mesmo da cana de açúcar, que é bastante insensível ao regime de chuvas. Isso vai resultar em aumento de preços.
Aliás, estamos vendo muita oscilação de preços resultante do impacto das mudanças climáticas. Há uma irregularidade da produção. Situações de seca, que antes se repetiam a cada cem anos, agora ocorrem a cada 20 anos.
O jeito é ter estoques. O Brasil tem alguns estoques bons, como o de milho, fruto da boa colheita do ano passado, mas não tem em outras áreas. Precisa até importar trigo.
Vaca caminha pela Represa Jacareí, no dia 29 de janeiro: normalmente ali teria água. Foto: Futura Press
Situação calamitosa da Represa Jacareí, parte do Sistema Cantareira, no dia 29 de janeiro. Foto: Futura Press
Carro no meio na Atibainha devido ao baixo nível da represa: cenário desolador. Foto: Futura Press
Pedalinhos inutilizados na Represa Atibainha, parte do Cantareira, em janeiro. Foto: Futura Press
Represa Atibainha, em janeiro de 2015. Foto: Futura Press
Lixo surge na Represa de Atibainha, em janeiro. Foto: Futura Press
Em protesto contra a falta de água, governador Geraldo Alckmin é ironizado por manifestantes (26/01/2015). Foto: AP Photo
Em São Paulo, moradores organizaram uma passeata contra a falta de água. Foto: AP Photo
Moradores protestam contra a falta de água em São Paulo (26/01/2015). Foto: AP Photo
Protesto 'Banho Coletivo na casa do Alckmin', na manhã desta segunda-feira (23), em frente ao Palácio dos Bandeirantes. Foto: Futura Press
Falta de água em São Paulo se agrava e motiva protestos . Foto: AP Photo
Represa do Jaguari, na cidade de Vargem, em setembro; veja mais imagens da situação dos reservatórios do Sistema Cantareira. Foto: Luiz Augusto Daidone/Prefeitura de Vargem
Represa do Jaguari, na cidade de Vargem, em foto de setembro. Foto: Luiz Augusto Daidone/Prefeitura de Vargem
Represa do Jaguari, na cidade de Vargem, em foto de setembro. Foto: Luiz Augusto Daidone/Prefeitura de Vargem
Obras do Sistema Cantareira no segundo volume morto. Foto: Futura Press
Obras do Sistema Cantareira no segundo volume morto. Foto: Futura Press
Obras do Sistema Cantareira no segundo volume morto. Foto: Futura Press
Obras do Sistema Cantareira no segundo volume morto. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Vaca caminha pela Represa Jacareí, no dia 29 de janeiro: normalmente ali teria água. Foto: Futura Press
1/35
BBC Brasil - Como reduzir os impactos das mudanças climáticas na produção agrícola?
Graziano - Estamos trabalhando muito com a adaptação de culturas à seca. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, estatal ligada ao Ministério da Agricultura) já tomou essa iniciativa e está desenvolvendo variedades até de arroz adaptado à seca.
Também devemos substituir culturas. A quinoa demanda muito menos água que o arroz e tem um valor nutritivo muito maior. Estamos promovendo a substituição do trigo nas regiões tropicais e a recuperação de produtos tradicionais.
A mandioca, por exemplo, que tinha sido abandonada, hoje está em alta no Caribe, onde está sendo adicionada à confecção do pão para reduzir a dependência da importação do trigo. Outra possibilidade é expandir a irrigação para evitar crises de abastecimento.
BBC Brasil - Aumentar a irrigação não é incompatível com o cenário atual, com reservatórios cada vez mais vazios?
Graziano - Temos menos água armazenada em São Paulo, mas na Cantareira. A (represa) Billings está cheia. Precisa haver um sistema de integração dessas bacias, porque a distribuição das chuvas é muito errática. Essa prática é muito usada na Ásia.
E temos de ter a capacidade de absorver a água da chuva. Na minha chácara, por exemplo, comprei cisternas plásticas e hoje tenho capacidade de armazenar pelo menos 20 mil litros de água da chuva.
BBC Brasil - A crise hídrica e a instabilidade na produção de alimentos gerada pelas mudanças climáticas indicam a necessidade de repensar o modelo agrícola do país, hoje muito voltado a commodities para exportação, como a soja?
Graziano - Eu diria que se trata mais de pensar em mudanças tecnológicas. No passado, utilizamos intensivamente a mecanização. Hoje estamos promovendo o cultivo mínimo, que significa não arar o solo e manter a vegetação que o cobre. Isso facilita a absorção da água e preserva a matéria orgânica.
A Argentina tem hoje mais de 90% de suas áreas de soja e milho baseadas em cultivo mínimo e tem aumentado a produtividade mesmo na seca.