O americano de origem russa Dmitri Litvínov foi nesta quinta-feira o
primeiro tripulante do navio quebra-gelo "Arctic Sunrise" do Greenpeace
a deixar o território russo após o fechamento do processo por
vandalismo.
"Litvínov passará o Ano Novo em sua casa", informou a organização ambientalista em comunicado postado em sua conta no Twitter.
O ativista, que recebeu hoje das autoridades migratórias de São
Petersburgo o visto de saída, abandonou território russo a bordo de um
trem rápido com destino a Helsinque, capital da vizinha Finlândia.
Litvínov, que tem a cidadania americana e sueca, é filho do
dissidente soviético Pável Litvínov que abandonou a URSS em 1974 com
destino aos Estados Unidos.
Também receberam já o visto de saída outros 13 tripulantes da
embarcação, cuja captura em meados de setembro no mar de Bárents
provocou um incidente internacional.
O resto dos tripulantes do "Arctic Sunrise" receberão o
correspondente visto na sexta-feira e retornarão a seus países até o
final desta semana.
Os ativistas do Greenpeace, entre os quais estão a brasileira Ana
Paula Maciel e os argentinos Camila Speziale e Hernán Pérez Orsi, foram
beneficiados pela anistia geral declarada pelo Parlamento russo por
ocasião do 20º aniversário da Constituição.
O italiano Cristian D'Alessandro foi o último tripulante contra o
qual a Justiça russa retirou hoje todas as acusações penais por
vandalismo.
A Justiça russa arquiva, assim, processo por vandalismo aberto contra
os ativistas, que tinham recebido no final de novembro a liberdade sob
fiança, mas estavam à espera do fechamento da investigação.
O Greenpeace não descarta insistir que a Justiça russa declare ilegal
a detenção e a perseguição judicial de seus ativistas, assim como não
descarta recuperar seu navio quebra-gelo "Arctic Sunrise" detido no
porto de Murmansk.