Investigações apontam indícios de ajuste entre as empreiteiras para obras executadas pela Andrade Gutierrez
O presidente da holding Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, e
outras oito pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal no inquérito
aberto na Operação Lava Jato para investigar a suposta participação da
construtora em fraudes em contratos, desvios de recursos da Petrobras e
corrupção. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, o prazo para
o encerramento do inquérito terminou neste domingo.
O indiciamento indica que a polícia encontrou, ao longo da investigação, indícios suficientes de cometimento de um crime.
Segundo as investigações, existem indícios de ajuste entre as
empreiteiras para obras executadas pela Andrade Gutierrez. A
investigação concluiu que a empresa não conseguiu apresentar "qualquer
justificativa" para o pagamento de pelo menos R$ 4,9 milhões a uma
empresa de consultoria do lobista Mario Goes, a Rio Marine. Segundo a
PF, são "documentos genéricos de 'consultoria'" os apreendidos pela
Operação Lava Jato "com o operador Mario Goes".
Em nota divulgada neste domingo (19), a Andrade Gutierrez afirmou que
"que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela
Lava Jato" e que "nunca participou de formação de cartel ou fraude em
licitações, assim como nunca fez qualquer tipo de pagamento indevido a
quem quer que seja".
"A empresa reafirma ainda que não existem fundamentos ou prova que
justifiquem a prisão e o indiciamento de seus executivos e
ex-executivos. A Andrade Gutierrez volta a afirmar que sempre esteve à
disposição das autoridades para colaborar com as investigações e
esclarecer todas as dúvidas o mais rapidamente possível, restabelecendo
de vez a verdade dos fatos e a inocência da empresa e de seus
executivos", disse a nota.
Ainda segundo o jornal, os ex-funcionários da AG Rogério Nora de Sá,
Antonio Pedro Campello de Souza e Paulo Roberto Dalmazzo e o prestador
de serviços à AG Flávio Lúcio Magalhães negaram participação em
quaisquer irregularidades nos depoimentos que prestaram à PF, assim como
Elton Negrão de Azevedo Júnior, presidente da Unidade Industrial da
Construtora AG. O operador Mario Goes e seu filho, Lucélio, e o lobista
Fernando Soares também negam qualquer relação com pagamentos de propina.
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