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terça-feira, 12 de junho de 2012

Relator surpreende tucanos ao pedir sigilos de Perillo


BRASÍLIA, 12 Jun (Reuters) - Parlamentares do PSDB e o relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), bateram boca nesta terça-feira durante o depoimento do governador tucano de Goiás, Marconi Perillo, quando o petista questionou o goiano sobre sua disposição de fornecer voluntariamente à comissão seus sigilos bancário, fiscal e telefônico de 2011.

O pedido do relator pegou de surpresa os tucanos, que até então vinham usando seus discursos na comissão para parabenizar Perillo pelo seu desempenho nas explicações prestadas no depoimento.

Odair Cunha e o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) ficaram exaltados e outros parlamentares tucanos se levantaram e gritaram contra o relator.

"O senhor me respeite, senador Cássio", disse o relator.

Ao que o senador tucano respondeu: "O senhor respeite o depoente."

O relator retomou a palavra após a confusão e voltou a fazer o pedido ao governador. E ainda, sob os olhares atentos dos tucanos, disse que o governador tinha apresentado uma história com "início, meio e fim", mas a CPI não podia deixar de investigar as relações de Perillo com Cachoeira.

Ainda mais, segundo ele, depois que o governador confirmou ter vendido uma casa a um ex-assessor de Cachoeira, o ex-vereador Wladimir Garcez. E que o pagamento foi feito por uma empresa ligada ao empresário que está no centro das investigações da comissão.

Em um dos raros momentos em que ficou nervoso e saiu do seu roteiro, Perillo disse que esperava que o relator não estivesse fazendo uma "antecipação daquilo que o senhor deseja colocar no relatório", ou "agindo por motivações" de outras pessoas.

E concluiu dizendo que não via motivos para prestar essas informações à CPI. E que caberia aos parlamentares pedi-las formalmente por requerimento caso acharem necessário.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) disse na sequência que o relator estava mal informado e agindo de forma política.

"O senhor está agindo com interesses menores do presidente Lula para sermos bem claros", afirmou Sampaio. Perillo se tornou desafeto de Lula na época do mensalão, e os tucanos consideram que a CPI serve como arma do PT para atacar membros do partido, como o governador de Goiás.

(Reportagem de Jeferson Ribeiro)

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