PM disse que apenas uma bomba de efeito moral foi usada.
Grupo contrário ao governo Dilma ocupou via por 39 horas.
Às 9h, os carros da polícia avançaram com jato d'água e dispersaram os manifestantes que estavam em frente ao prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O capitão Sérgio Marques, da assessoria de imprensa da PM, informou que apenas uma bomba de efeito moral foi usada.
O protesto começou às 18h15 desta quarta-feira (16), segundo a Polícia Militar, e provocou trânsito na região. No início da manhã, a PM informou que havia cerca de 150 manifestantes e dez barracas no local.
O G1 não viu nenhuma pessoa ferida e a Polícia Militar também não tem registro de feridos. Os manifestantes ficaram molhados e um grupo seguiu protestando na calçada. "Só quem está molhado pode opinar", disse manifestante sobre a permanência ou não do ato na calçada.
Também houve vandalismo na ciclovia da Avenida Paulista que foi pichada durante a madrugada e manhã desta sexta-feira (18), durante a manifestação.
Manifestantes
que permaneciam ocupando a Avenida Paulista, em São Paulo, correm após a
tropa de choque jogar jatos d'água para desocupar a via (Foto: Felipe
Rau/Estadão Conteúdo)
Pouco depois da liberação, cerca de 20 pessoas que estavam na Paulista
interditaram a Avenida Nove de Julho na altura da Alameda Itú, sentido
Centro.Esta marcado para esta tarde, na Paulista, um protesto de apoio a Lula e Dilma.
O aposentado Luiz Motta, de 64 anos, aparece sem camisa na linha de frente dos manifestantes que decidiram não sair por conta própria da Avenida Paulista. Ainda trêmulo, ele conversou com o G1 após a retirada pelo Choque. "Tacar bomba num cara de 64 anos com a bandeira do Brasil? Não tem necessidade, era pouca gente".
O aposentado disse que a cena o fez lembrar da década de 60, na ditadura. "Lembro do Coronel Erasmo Dias em cima de um jeep do exército, mostrando força, perto do Largo São Francisco. Aquilo ficou na minha memória".
Questionado se quer a volta do regime, nega veementemente. "Quem fala de ditadura é loucura. Nunca fui a favor, não cabe em nenhum país. O que quero é que o Brasil não vire uma Venezuela, estou aqui pela legalidade."
Luiz disse que saiu escondido cedo de casa, porque a esposa não o apoiaria. "Estou com medo de chegar em casa. Minha mulher eu respeito, o governador e a tropa de choque não."
Trecho da ciclovia pichado na Paulista (Foto: Paula Paiva/G1)
Tropa de Choque retirou os manifestantes da Avenida Paulista (Foto: Felipe Rau/ Estadão Conteúdo)
NegociaçãoA negociação começou às 7h e a PM determinou que o grupo deveria sair às 8h, segundo a assessoria de imprensa da corporação, mas a maioria se recusou. Nova negociação começou às 8h30 e determinou 15 minutos para a liberação da avenida.
Lideranças afirmaram que a maioria aceitou, mas alguns manifestantes disseram que não iriam sair. "A PM está agindo de forma muito coerente tanto com a nossa manifestação quanto com a manifestação petista. Ninguém quer entrar em conflito aqui", afirmou Bruno Balestrero, ator e empresário, sem movimento, antes da liberação.
"De acordo com a negociação feita com a PM e pelo bem-estar de todos, eu concordo com a saída, porque todos temos direitos iguais nesse país, e eu retorno depois", disse.
"Arte da guerra, vamos dar um passo pra trás para depois dar dois para frente", diz Renato Tamaio, do movimento Pátria Amada. "Nós vamos retornar aqui às 21h".
Tropa de Choque retira manifestantes da Avenida Paulista, em São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)
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Ação da PMEm janeiro deste ano, a Polícia Militar retirou manifestantes que obstruíam vias sem aviso prévio com bala de borracha e gás de pimenta.
No dia 12 de janeiro, em ato do Movimento Passe Livre (MPL), policiais lançaram bombas para dispersar os manifestantes e ao menos sete pessoas ficaram feridas. No dia 22, houve uso de bala de borracha.
No início da tarde desta quinta (17), o secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, afirmou que a SSP deixou claro ao movimento que o protesto precisava terminar na noite de quinta-feira porque haverá o protesto previamente marcado pelo PT e pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) em apoio a Lula e Dilma.
Manifestantes ocupam duas faixas da Av. 9 de Julho, próximo à Alameda Franca, sentido Centro. (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)
A concentração começou no vão livre do Masp e logo foi ganhando adesão. O protesto seguiu pela noite de quarta e a madrugada. A Polícia Militar acompanhou o protesto.
Violência
Durante a ocupação da Paulista, foram registradas ao menos três casos de agressão. O primeiro foi contra um casal de jovens na noite de quarta-feira, no início do protesto.
Na manhã desta quinta (17), uma mulher foi agredida no rosto durante o ato. A agressão partiu de um manifestante do mesmo grupo quando o namorado da mulher tentava proteger um rapaz vestido com uma camiseta vermelha, que passava pelo local e foi hostilizado.
Mais tarde, um adolescente de 17 anos foi perseguido por manifestantes. O jovem teve de ser escoltado por policiais, que usaram bombas de efeito moral e gás de pimenta para controlar os agressores.
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