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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Estudantes recebidos por juiz dizem que ele está inclinado à anulação total do Enem 2011

FORTALEZA - Uma comissão formada por três estudantes que protestavam em frente ao à sede da Justiça Federal, no Ceará, foi recebida pelo juiz federal Luiz Praxedes Vieira, logo depois da reunião com o Inep. Segundo eles, Praxedes está inclinado a decidir pela anulação total do Exame Nacional de Ensino Médio 2011 (Enem). A decisão será divulgada apenas nesta terça-feira, às 14h de Brasília.
- Ele nos ouviu e mostrou uma a tendência a anular todo o concurso. Ele também achou que não há uma garantia de que as questões tenham vazado apenas para os alunos do Colégio Christus - disse Ivone Gonçalves, de 17 anos, aluna do Colégio Ari de Sá.
" Ele nos ouviu e mostrou uma a tendência a anular todo o concurso (Ivone Gonçalves) "

A presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Malvina Tuttman, esteve em Fortaleza reunida com o juiz e apresentou a posição do órgão sobre o pedido do Ministério Público Federal de anulação total do Enem, ou pelo menos de 14 questões colocadas em xeque. O pedido foi feito depois que alunos de um colégio da capital cearense revelaram terem recebido, dez dias antes da prova, apostilas com questões que caíram no exame.
A assessoria do ministro informou que Malvina argumentou ao juiz que não há "convicção" de que as questões nas apostilas distribuídas aos alunos do Colégio Christus vazaram para outros candidatos, e que o procedimento adotado pelo MEC - o de cancelar a prova dos estudantes da escola afetada - corresponde à "técnica adotada por países do mundo inteiro, inclusive os que já têm 50 anos de tradição" em exames como o Enem.
Malvina estava acompanhada do procurador jurídico do MEC, o procurador jurídico do Inep, um advogado da Advocacia Geral da União (AGU) e um assessor especial do ministro Fernando Haddad.
Chistus teria premeditado uso das questões
A presidente do Inep sugeriu que o Colégio Christus, de Fortaleza (CE), premeditou o uso indevido de questões do Exame Nacional do Ensino Médio 2011 (Enem) em material didático distribuído a alunos dias antes do teste. Segundo Malvina, o processo utilizado pela escola para obter as questões pode ser comparado a um furto. Ela reiterou que o caso está sendo investigado pela Polícia Federal e evitou cravar as acusações. Mas reforçou o tom adotado na véspera pelo ministro Fernando Haddad, que declarou que professores da escola teriam copiado cadernos de questões do pré-teste do Enem, aplicado com um ano de antecedência pelo Inep, com a finalidade de aferir o grau de dificuldade dos itens.
" O MEC não trabalha com esta hipótese. Ele trabalha na defesa do princípio da isonomia e da Justiça para todos (Malvina) "

- Um ano atrás, a escola possivelmente premeditou a utilização de questões indevidas, porque esse é um processo sigiloso - disse Malvina à CBN. - Utilizou um processo que possa configurar, talvez, mas isso é a Polícia Federal que vai nos dizer, semelhante a um furto.
O Colégio Christus negou qualquer irregularidade em notas públicas divulgadas na quarta e quinta-feira. A escola também criticou a decisão do Ministério da Educação (MEC) de exigir que seus 639 alunos refaçam o exame. O colégio anunciou que pretende recorrer à Justiça e argumenta que o mais correto seria invalidar nacionalmente as 14 questões copiadas.
A presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios, chamou de precipitadas as declarações de Malvina contra o Colégio Christus. Ela defende a anulação da Enem e disse que a entidade aguardará o desfecho da ação do MPF no Ceará. Caso a Justiça Federal não acate o pedido do Ministério Público, a Fenep, que representa sindicatos de escolas em 18 estados, promete ajuizar ações semelhantes.
- Acho muito precipitado fazer acusação contra a escola. Esse colégio é tradicional, todo mundo conhece. Não acredito que eles, de forma premeditada, tenham agido de má-fe. Nem a direção nem os professores - disse Amábile.
" A escola possivelmente premeditou a utilização de questões indevidas (Malvina) "

O deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ) quer que o ministro Fernando Haddad vá à Câmara prestar esclarecimentos sobre o Enem. Ele quer saber detalhes sobre o pré-teste, etapa na qual teriam vazado as questões distribuídas a alunos do Christus.
- Quem prova que essa situação vivida no Ceará não aconteceu em tempos pretéritos? O pré-teste nos parece uma caixa-preta - disse Leite.
O pré-teste é feito para aferir o grau de dificuldade das questões. Isso determinará a nota dos participantes, já que questões mais fáceis valem menos. O pré-teste faz parte da chamada teoria de resposta ao item (TRI), que permite a comparação de resultados de diferentes edições do Enem. É isso, em tese, que garante que o exame para presidiários, que será aplicado em novembro, terá o mesmo grau de dificuldade das provas aplicadas em todo o país, no último fim de semana

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