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terça-feira, 25 de junho de 2013

Dilma recebe conselho da OAB para discutir plebiscito da reforma política

Proposta provocou polêmica no Congresso Nacional.
OAB diz que é impossível convocar uma Constituinte parcialmente

 

Uma das propostas do governo é realizar um plebiscito sobre uma Constituinte exclusiva para fazer uma reforma política. A proposta já provocou polêmica no Congresso Nacional e também no meio jurídico. Hoje, a presidente Dilma Rousseff recebeu o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Na reunião, o presidente da OAB, Marcos Vinícius Furtado, apresentou os motivos para justificar porque a Ordem é contra a realização de um plebiscito para decidir se uma Assembleia Constituinte Exclusiva pode aprovar a reforma política no país. Marcus Vinícius é contra a ideia da Constituinte Exclusiva. “Não há Constituinte específica. Os constituintes é que definem o limite e a abrangência. Ela também é desnecessária, porque é possível fazer reforma política apenas alterando a legislação. Talvez a presidenta tenha sido aconselhada inadequadamente para esta convocação, para essa ideia de convocação de uma Assembleia Constituinte Exclusiva. A OAB irá apresentar diretamente a presidente a contrariedade dos juristas em relação a essa iniciativa.”
Para o jurista e professor Ives Gandra Martins, um plebiscito pode convocar a Assembleia Constituinte, desde que seja aprovado pelo próprio Congresso. “É este o único caminho. Porque a constituição, no artigo 14, declarou que o plebiscito só pode ser convocado pelo Congresso Nacional, através de lei, o que vale dizer, lei ordinária. Para um plebiscito, para mudar a Constituição, só pode ser através de emenda constitucional”, explica.
Entre os políticos, a proposta também é polêmica. É apoiada pelos partidos da base de sustentação do governo e vista com desconfiança pela oposição, que diz que com maioria no Congresso, o Governo poderia aprovar a reforma política sem plebiscito, nem Constituinte.
“Nós sempre apoiamos a reforma política, lamentamos que nesses 10 anos, o Governo com a ampla base que tem no Congresso Nacional, praticamente 80% dos membros da Câmara e do Senado, não a tenha aprovado. Portanto, é uma questão que tem que ser discutida no parlamento, porque esta é uma prerrogativa exclusiva do Congresso Nacional a convocação de plebiscito. Esperava-se hoje um pronunciamento da senhora presidente da República na direção dos clamores da população brasileira. Na verdade, ela frustrou a todos os brasileiros”, diz senador Aécio Neves, presidente do PSDB.
“É uma proposta necessária ao país. Nós temos dois pontos importantes. O plebiscito, que casa com uma vontade de povo de debater, de se apropriar ainda mais e de propor sobre o que é a reforma política eleitoral. Segundo, um Congresso específico que pode se aprofundar e votar algo aqui mais forte do que normalmente se tem aprovado no Congresso”, acredita o senador Wellington Dias, líder do PT.
Na saída da reunião, o presidente da OAB disse que uma nova constituinte colocaria em grave risco a democracia e que o governo saiu do encontro convencido de que uma nova Constituinte atrasaria o processo de reforma política: “Convocar Constituinte não é adequado, porque atrasa o processo de reforma política e fará com que toda esta vazão, toda essa insatisfação se perca. Temos que fazer um plebiscito para aprovar a própria reforma política, a população tem que dizer diretamente qual a reforma política que ela quer.
Segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o governo achou interessante a proposta apresentada pela OAB, que definiria uma reforma política via projeto de lei e não com mudança constitucional. Cardozo evitou falar em recuo do governo e disse que a proposta apresentada pela presidente é uma premissa colocada para debate. A proposta da OAB também será analisada.

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